STF vota para validar lei de Tarcísio (Chefe do Poder Executivo de SP) que criou penduricalho para procuradores do Estado de SP. Ele pediu urgência na votação do texto. Quem estiver sobrecarregado, pode tirar um dia de folga a cada três trabalhados, até o limite de sete dias de descanso no mês, ou receber o valor em dinheiro. As compensações são custeadas com recursos do fundo de administração da PGE que foi criado em 1976 (década de muita desgraça para o povo). Tal fundo é alimentado por verbas de honorários e é mantido em segredo. O Governo de São Paulo e a Associação dos Procuradores do Estado não informaram ao Estadão quanto há no fundo – O Estadão do dia 22/08/2025 11h40 >>>
As regras para o povão trabalhador são as mais duras possíveis. Se o patrão de um trabalhador não lhe pagar as horas extras, este terá dificuldades para se defender da injustiça. Enquanto as altezas bem pagas dos três poderes, ao trabalharem um pouco mais, automaticamente recebem suas regalias. Por quê os empregadores das alteras estão em desvantagem, se nosso sistema político é a democracia?
A desigualdade no tratamento entre os poderes e o povo
- Privilegiados vs. povo trabalhador: O exemplo da compensação financeira dos procuradores é emblemático, pois mostra uma clara diferença de tratamento entre os “privilégios” concedidos a servidores de alto escalão (como os procuradores) e os trabalhadores comuns, que enfrentam dificuldades para garantir seus direitos trabalhistas. Enquanto os altos funcionários têm benefícios garantidos, pagos por fundos secretos, a classe trabalhadora sofre com a ausência de um sistema robusto de fiscalização e garantia dos seus direitos básicos.
- Transparência e responsabilidades: A falta de transparência sobre o fundo de administração da PGE, que foi criado em 1976, é outra grande questão. Em um país democrático, onde os recursos públicos devem ser bem geridos e com prestação de contas clara, a falta de informações sobre o fundo alimentado por honorários levanta sérias dúvidas sobre a moralidade e a justiça desse sistema. Se recursos públicos estão sendo usados para financiar regalias de servidores do Estado, isso exige uma maior fiscalização.
- A desigualdade na aplicação das leis: As leis que protegem o “povão trabalhador”, por sua vez, são frequentemente muito rígidas e muitas vezes mal aplicadas. Trabalhadores que não recebem horas extras ou têm direitos desrespeitados frequentemente enfrentam barreiras quase intransponíveis para exigir justiça. A legislação é aplicada de forma desigual, com os mais poderosos tendo acesso a uma justiça mais rápida e favorável, enquanto os trabalhadores mais pobres enfrentam um sistema que muitas vezes parece ignorar ou procrastinar seus direitos.
O paradoxo da democracia brasileira
A questão central aqui é o paradoxo entre a ideia de democracia e a realidade do sistema político brasileiro. O Brasil se define como uma democracia, onde a soberania do povo deveria ser a base do governo, mas na prática, muitos se sentem excluídos das decisões e das benesses que a estrutura política oferece.
O que se observa é uma hierarquia no tratamento das classes que beneficia aqueles que já detêm poder, enquanto as pessoas mais vulneráveis e com menos recursos enfrentam dificuldades para acessar direitos básicos. O discurso democrático, portanto, muitas vezes se esbarra com uma estrutura que não reflete os valores da igualdade e justiça social.
Uma reflexão sobre a democracia
Se a democracia realmente depende da igualdade de todos perante a lei, a discrepância entre os “privilégios” de alguns e a dura realidade de muitos no Brasil indica um sistema político falho, onde as decisões e benefícios são muitas vezes direcionados à manutenção do poder das elites e não ao bem-estar da população em geral.
O sistema eleitoral e as estruturas de poder são, em muitos casos, projetados para manter esses privilégios, o que coloca a democracia sob risco, pois uma verdadeira democracia deve garantir direitos iguais para todos, sem favorecimentos para aqueles que estão em posições de autoridade. O problema é que o sistema democrático brasileiro muitas vezes não consegue assegurar uma justiça real para todos, devido às pressões do poder econômico, da burocracia e da influência das elites no processo político.
A necessidade de uma mudança real
É urgente repensar como as leis e os benefícios são aplicados para garantir que os privilégios não sejam dados apenas a uma elite, mas sim distribuídos de forma mais justa, com verdadeira transparência e eficácia. Só assim a democracia brasileira será mais que uma fachada de igualdade e, de fato, representará o bem-estar coletivo e a justiça para todos os cidadãos, sem exceção.
