Esta sabedoria do então Corregedor Nacional de Justiça João Otávio de Noronha é incompreensível. Ele falou isso durante uma entrevista no contexto de corrupção no Judiciário. Até parece que ele quis justificar a existência de juízes corruptos.
„João Otávio de Noronha ComMM (Três Corações, 30 de agosto de 1956) é um magistrado e professor brasileiro. Desde 2002 é ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), tendo sido o presidente dessa corte no período de 2018 a 2020. Foi também corregedor nacional do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) de 2016 a 2018. Antes de ingressar na magistratura, exerceu a advocacia, tendo sido conselheiro federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) de 1998 a 2002, quando foi indicado ao STJ“. Fonte Wikipedia>>>
Logo ele que já ocupou tantos cargos importantes e agora está responsável pelo órgão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cuja responsabiliadade é, entre outras funções, pelo recebimento de denúncias e reclamações, feitas por qualquer pessoa, relacionadas a juízes e demais serviços prestados pelo Judiciário, considera aceitável o fato de ter que existir juíz corrupto porque o homem seria fraco de auto-controe de suas emoções.
Esse tipo de noção das coisas sérias enfraquece nosso senso de justiça e nossa ordem.
„No saudável e forte senso de justiça de cada indivíduo, o Estado possui a fonte mais fértil de sua própria força, a garantia mais segura de sua própria existência, tanto interna quanto externamente.“ Fonte: Rudolf von Jhering em seu livro „Der kampf um’s Recht“, pág. 71, 1894.
Entre os anos 340 e 322 a.C., ou seja, aprox. 2234 anos antes de von Jhering escrever sua obra que logo ficou famosa no mundo inteiro, já afirmava Aristoteles que a virtude pode ser ensinada e adquirida através da prática e do hábito. A virtude não é inerente ao ser humano, mas sim o resultado de uma formação e de ações virtuosas repetidas, que se tornam um hábito.
Muitos conhecimentos (= verdades) estam dispostos tanto ao homem comum somo ao homem do Estado. O homem comum não aprendeu a se ocupar com conhecimentos, ele prefere a crença à frente dos conhecimentos. Mas é indescupável que homens do Estado, estes que tem poderes perante a sociedade, possam afirmar em público que „não deveria ter nenhum juíz corrupto. Mas isso é incontrolável, [pois] onde está o homem, tá também a tentação“
Não me admira o fato de não se conseguir combater a corrupção no Brasil desde 1889 até os dias de hoje. Pois se é com esse tipo de saber, expressado pelo Corregedor Nacional de Justiça durante uma entrevista no contexto de casos de corrupção dentro do Poder Juduciário, que membros desse Poder soberano de fazer justiça acreditam cultivar um saudável e forte senso de justiça em cada indivíduo, para que desses indivíduos partam ações virtuosas repetidas, que se tornam um forte hábito, de onde o Estado possua a fonte mais fértil de sua própria força, a garantia mais segura de sua própria existência, tanto interna quanto externamente, jamais conseguiremos nos livrar do nepotismos e todos os outros tipos de corrupção.
Não deveria ter nenhum juíz corrupto, se os três poderes de nossa democracia, pelo menos desde 1985, tivessem promovido ações para educar todos brasileiros, sobtretudo aqueles que ocuparam cargos no altos escalões dos três poderes, com virtudes através da transmissão de respectivos conhecimentos, práticas e exemplos no dia-a-dia da vida cotidiana de trabalho e de relacioanmento social de todos os brasileiros. As ações virtuosas repetidas ao longos desses últimos 40 anos por todos os membros dos três poderes e por todos os membros da sociedade brasileria já teriam se tornado um hábito em pleno século 21 e estaríamos agora colhendo os resultados de tal formação.
„Não deveria ter nenhum juíz corrupto. Mas isso é incontrolável, [pois] onde tá o homem, tá também a tentação“. A „tentação“ atrapalha muito no Judiciário, pois muitos de seus membros tem mesmo demonstrado não querer usar a inteligência (razão) para anular as tentações do cargo. Está mais do que evidente que para muitas „autoridades“ do Judiciário a inteligência desenvolvida para responder com sucesso provas de consursos para juíz não significa que ela também lhes sirva para desenvolver virtudes que lhes façam produzir exemplos que sirvam para cultivar um saudável e forte senso de justiça em cada indivíduo. A inteligência deles serve mais para a prática do crime de nepotismo e outros tipos de corrupção ou para gerar leis que legalizem a imoralidade.
Se praticarem o crime e forem pegos, no máximo serão afastados do cargo, mas continuarão recebendo as vantagens e as mordomias do mesmo.


