16. setembro 2025

Carta aberta aos brasileiros. Até Quando o Preço da Democracia Será Pago Apenas pelo Povo?

Brasileiras e brasileiros, meus conterrâneos de pátria amada Brasil,

desde a promulgação da Constituição de 1988, chamada de “Constituição Cidadã”, muito se prometeu em nome da democracia, da justiça social e da construção de um Estado verdadeiramente comprometido com o bem comum. No entanto, passadas mais de três décadas, o que se vê é um acúmulo de frustrações, escândalos e desigualdades alimentadas justamente por aqueles que deveriam proteger e representar o povo: os Três Poderes da República.

Em 2013, muitos brasileiros despertaram para o intolerável nível de corrupção que se consolidava por meio das brechas deixadas pela Constituição e por códigos legais que, longe de servir à justiça, protegeram privilégios. Em 2020, essa indignação foi renovada diante de novas evidências de má gestão, impunidade e desrespeito institucional. E, mais recentemente, os eventos de 08 de janeiro de 2023 revelaram o tamanho da tensão acumulada entre a população e as estruturas do poder.

Gerações esmagadas pelas crises

Somos filhos, netos e bisnetos de brasileiros que foram sistematicamente atingidos pelas consequências de decisões políticas irresponsáveis, desde os anos 1960. A cada nova crise econômica, o peso recaiu sempre sobre os ombros do povo — perda de empregos, inflação, miséria, recessão, desigualdade. Mas os altos escalões dos Três Poderes, curiosamente, sempre se mantiveram ilesos. Em vez de cortes e sacrifícios, viram seus salários reajustados acima da inflação, acumularam benefícios, aposentadorias privilegiadas e legislaram em causa própria com impressionante eficiência.

Um sistema que pune quem o sustenta

Enquanto a maioria do povo é sufocada por tributos, burocracia e serviços públicos precários, os ocupantes de cargos de confiança continuam ampliando seu poder sob a proteção de um Direito moldado por e para eles. Juízes que vendem sentenças são aposentados com vencimentos integrais. Conselhos de contas são ocupados por pessoas sem qualificação técnica, mas com fortes ligações políticas. Leis são criadas e aplicadas não para melhorar a vida da população, mas para blindar os poderosos.

Quando a população, já exausta, reage — ainda que de forma equivocada ou desesperada —, é imediatamente rotulada como “terrorista”. Mas o que dizer de décadas de omissão, corrupção e má gestão promovidas por quem deveria garantir os direitos constitucionais? Como chamar de “ordem democrática” uma estrutura que só serve aos que estão no topo?

Democracia não é apenas legalidade — é justiça

Legalidade e legitimidade não são sinônimos. Uma Constituição que permite privilégios indecentes, protege corruptos e marginaliza o povo pode até ser legal, mas não é legítima no espírito democrático. A verdadeira democracia se constrói com justiça, igualdade, transparência e responsabilidade — não com castas protegidas pelo Direito.

Até quando o povo pagará esse preço sozinho?

Esta carta não é um ataque à democracia — é um apelo por sua reconstrução. Os brasileiros não querem ruptura, querem respeito. Querem instituições que sirvam ao povo, e não o contrário. Querem que os Três Poderes estejam à altura do nome que carregam, com ética, sobriedade e senso de responsabilidade.

Que esta geração tenha a coragem de fazer as perguntas que tantas outras engoliram em silêncio:
Quem nos protege daqueles que dizem nos representar?
Quem julga os que estão acima da lei?
Quando é que a democracia deixará de ser apenas uma promessa?

Com indignação, mas também com esperança,
Um brasileiro entre milhões que ainda acreditam que é possível mudar.

Adalberto Vasconcelos de Araújo


Para as elites dos três Poderes, especialmente o Judiciário, não existe teto salarial, — só trampolins. Quando chegam ao topo, tratam de criar outro ainda mais alto. Querem se distanciar ao máximo do povo que lhes emprega.

O três poderes compactuam entre si mais em benefício de si mesmos do que do povo. STF vota para validar lei de Tarcísio (Chefe do Poder Executivo de SP) que criou penduricalho para procuradores do Estado de SP. Ele pediu urgência na votação do texto. Quem estiver sobrecarregado, pode tirar um dia de folga a cada três trabalhados, até o limite de sete dias de descanso no mês, ou receber o valor em dinheiro. As compensações são custeadas com recursos do fundo de administração da PGE que foi criado em 1976 (década de muita desgraça para o povo). Tal fundo é alimentado por verbas de honorários e é mantido em segredo. O Governo de São Paulo e a Associação dos Procuradores do Estado não informaram ao Estadão quanto há no fundo – O Estadão do dia 22/08/2025 11h40 >>>

As regras para o povão trabalhador são as mais duras possíveis. Se o patrão de um trabalhador não lhe pagar as horas extras, este terá dificuldades para se defender da injustiça. Enquanto as altezas bem pagas dos três poderes, ao trabalharem um pouco mais, automaticamente recebem suas regalias. Por quê os empregadores das alteras estão em desvantagem, se nosso sistema político é a democracia?



Judiciário pagou quase R$ 7 bilhões de remunerações acima do teto salarial em 2024. Conselho Nacional de Justiça diz que ‘muitos pagamentos são passivos relativos a decisões judiciais’. Leia mais na fonte da reportagem do dia 17/02/2025 >>>

Gastos do Brasil com tribunais de Justiça é mais de quatro vezes o da média internacional, diz Tesouro. País tem a segunda maior despesa para esse segmento entre 50 nações, de acordo com documento. Leia mais na fonte da reportagem do dia 01/03/2025 >>>


Dia 01 de fevereiro de 2025:

A partir deste sábado (1º/2), os salários dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) vão subir para R$ 46.366,19. Até o início deste ano, os ministros, que ganham o teto do funcionalismo público, recebiam R$ 44.008,52. Com o reajuste de R$ 2,3 mil, o equivalente a 5,3%, o subsídio aumenta.

Com isso, automaticamente, os salários do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), de ministros de Estado, de deputados federais e de senadores também passarão a ser de R$ 46.366,19.

Fonte: Metropolis 01/02/2025 02:00, atualizado 01/02/2025 12:47


O cidadão comum, com seu salário mínimo, financia os salários milionários das elites dos três Poderes — que muitas vezes legislam, julgam e governam sem sequer conhecer a realidade de quem os sustenta

O valor do salário mínimo 2025 é de R$ 1.518,00 segundo comunicado emitido pelo governo federal após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva sancionar o Orçamento 2025.

O aumento do piso nacional do mínimo foi de R$ 106,00 em relação a 2024, quando estava fixado em R$ 1.412.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os ministros de Estado, deputados federais e de senadores receberam um aumento de R$ 2,3 mil, cada um deles, mesmo já tendo salários e outras regalias financeiras astronomicamente superiores à média dos brasileiros.

Enquanto R$ 2,3 mil para essas elites com suas fortunas e regalias financeiras nada representa, para a maioria dos brasileiros seria um bom salário mínimo. Mas o Lula e os outros das elites dos três poderes lhes deram um aumento de R$ 106,00.

Vergonhoso resultado do trabalho dessas elites nos três poderes que usam a democracia para manter o povo sem saber direito como participar, para retaliar duramente as revoltas populares e manter esse povo na miséria para poder ser grato pelas esmolas sociais que recebe.

Vamos mudar o Brasil?