A desigualdade fala muito sobre quem se apropria da maior parte do crescimento do país. A desigualdade brasileira não é um acidente, mas o reflexo de um sistema político e institucional que, historicamente, favorece às elites do sistema e os mais ricos.
Em 2016: O retrato traçado na pesquisa é o de um Brasil muito desigual, desde 1928 até os dias atuais. A trajetória da distribuição de renda no país parece bem mais estável historicamente do que se pensava até então. Em média, ao longo das nove décadas analisadas, cerca de 15% de toda a renda do país esteve concentrada nas mãos da fatia 1% mais rica. A desigualdade é grande até dentro da elite: historicamente, após 1974, a parcela 0,1% mais rica deteve entre 8% e 15% da renda total. Entre 2006 e 2012, o 1% mais rico concentrava mais renda, comparativamente, do que toda a metade mais pobre da população.
A pesquisa, de autoria de Pedro Herculano Guimarães Ferreira de Souza, sob orientação de Marcelo Medeiros, ambos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Universidade de Brasília (UnB), joga luz sobre a distribuição de renda no Brasil a partir de 1928, período a respeito do qual, até então, muito pouco se sabia sobre o tema.
Em 2014: Concentração de renda no topo cresce, e os 5% mais ricos já detêm 40% da renda nacional. Estudo da Fundação Getulio Vargas, com base em dados do Imposto de Renda, mostra também que o 0,01% mais rico, que corresponde a 15 mil pessoas, teve aumento de 96% nos rendimentos de 2017 a 2022. Fonte >>>