Em minha busca por versões digitalizadas de obras que há anos ocupam minhas estantes, fiz uma descoberta valiosa. Foi, portanto, com grande satisfação que encontrei, entre os acervos digitais da Fundação Darcy Ribeiro, a versão digitalizada daquele que considero uma das mais importante obras literárias sobre o Brasil — abrangendo o período que vai da Independência, em 1822, até a República nas proximidades de 1928. Esta preciosidade está agora disponível gratuitamente ao público interessado, por meio do site da Fundação.

Manoel Bomfim, O Brasil Nação – Realidade da Soberania Nacional.
Baixe o Volume I >>>
Baixe o Volume 2 >>>
Trata-se de uma leitura indispensável para todo brasileiro que valoriza sua identidade e história. Recomendo esta obra a todos que desejam compreender, com profundidade e clareza, o verdadeiro Brasil — sem adornos ou suavizações, mas com a seriedade que a realidade exige. É um livro que provoca reflexão e consciência sobre quem somos e o caminho que percorremos como nação até a atualidade.
Manoel Bomfim afirmava que a democracia possui uma grande vantagem sobre os demais regimes políticos: a capacidade de se renovar com facilidade. Ele conhecia o Brasil com a sensibilidade e a lucidez de um verdadeiro homem-raiz — profundamente enraizado em sua terra, atento às suas contradições e movido pelo desejo sincero de transformação.
Abaixo frases de Manoel Bomfim:
Mas o paradoxo está na própria qualidade de pessoal que a maioria escolhe.
A renovação do pessoal se faz, apenas, no agrupamento deles, os políticos, sempre possuídos de uma mesma mentalidade geral, com inteira solidariedade de destinos.
É a política eficáz, somente, para perpetuar o Brasil nas condições de ser dominado, entorpecido, devorado…pelos profissionais governantes.
Uma realidade política e social que era de fato – a opressão, a corrupção, a ignorância… as finanças de purostributos, o arbitrário seródio da administração, o sultanismo governamental, a dilapidação dos orçamentos… Pois não é isso mesmo o que temos na vida pública? E o motivo é sempre o mesmo: a péssiama qualidade dos dirigentes, em caráter e inteligência.
A infecção bragantina, fazendo inclinar os destinos desta pátria, deixou-a em indefinida servidão política. Colônia, Império ou República, o Brasil tem sido o repetido espojadouro de mandões. Substituem-se as designações, para mais inveterada conservação da miséria, pois que capitães-generais, capitães-mores, governadores e presidentes [e eu acrescento Ministros de STJ como lacaios de Presidente da República] são, em essência, a mesma coisa.
Fora desse progresso, absolutamente espontâneo, a nação continua a vida de regime colonial apoucado, tirânico, espoliador, com uma classe de dominantes inteiramente
divorciada da massa dominada.